Primeiramente, temos que definir o objeto de estudo (a Filosofia). O que é essa tal de filosofia que falam os filósofos em seus livros de filosofia? Bom, não será um tarefa fácil, existe muitas definições, muitas discussões, uma das maneiras fáceis e aparentemente mais lúcidas parecer ser perguntar aos filósofos o que é Filosofia, já que obviamente quem exerce uma atividade como essa deve saber o que está fazendo. Vejamos algumas definições de alguns pensadores:
PLATÃO
(428/427 a.C.– 348/347 a.C.) - “Um saber verdadeiro que deve ser usado em
benefício dos seres humanos”
ARISTÓTELES
(384 a.C. - 322 a.C.) - "A admiração sempre foi, antes como agora, a causa
pela qual os homens começaram a filosofar: a princípio, surpreendiam-se com as
dificuldades mais comuns; depois, avançando passo a passo, tentavam explicar
fenômenos maiores, como, por exemplo, as fases da lua, o curso do sol e dos
astros e, finalmente, a formação do universo. Procurar uma explicação e
admirar-se é reconhecer-se ignorante."
EPICURO
(341 a.C. - 270 a.C.) - "Nunca se protele o filosofar quando se é jovem,
nem o canse fazê-lo quando se é velho, pois que ninguém é jamais pouco maduro
nem demasiado maduro para conquistar a saúde da alma. E quem diz que a hora de
filosofar ainda não chegou ou já passou assemelha-se ao que diz que ainda não
chegou ou já passou a hora de ser feliz."
René Descartes
(1596-1650) - “a filosofia é o estudo da sabedoria, conhecimento perfeito de
todas as coisas que os humanos podem alcançar para o uso da vida, a conservação
da saúde e a invenção das técnicas e das artes.”
ESPINOZA
(1632-1677) – “a filosofia é um caminho árduo e difícil, mas que pode ser
percorrido por todos, se desejarem a liberdade e a felicidade.”
KANT
(1724-1804) - “a filosofia é o conhecimento que a razão adquire de si mesma
para saber o que pode conhecer e que pode fazer, tendo como finalidade a felicidade
humana’
KARL
MARX (1818-1883) - “a filosofia havia passado muito tempo apenas contemplando o
mundo e que se tratava, agora de conhecê-lo, para transformá-lo, transformação
que traria justiça, abundância e felicidade para todos.”
FRIEDRICH
NIETZSCHE (1844-1900) - "...filosofia, tal como até agora a entendi e
vivi, é a vida voluntária no gelo e nos cumes - a busca de tudo o que é
estranho e questionável no existir, de tudo o que a moral até agora
baniu."
EDMUND
HUSSERL (1859-1938) - "O que pretendo sob o título de filosofia, como fim
e campo de minhas elaborações, sei-o naturalmente. E contudo não o sei... Qual
o pensador para quem, na sua vida de filósofo, a filosofia deixou de ser um
enigma?"
LUDWIG
WITTGENSTEIN (1889-1951) - "Qual o seu objetivo em filosofia? - Mostrar à
mosca a saída do vidro."
MAURICE
MERLEAU-PONTY (1908-1961) - "A verdadeira filosofia é reaprender a ver o
mundo.” “...a filosofia é um despertar para ver e mudar nosso mundo "
GILLES
DELEUZE (1925-1996) e FÉLIX GUATTARI(1930-1993) - "A filosofia é a arte de
formar, de inventar, de fabricar conceitos... O filósofo é o amigo do conceito,
ele é conceito em potência... Criar conceitos sempre novos é o objeto da
filosofia."
Finalmente, nada melhor do que a utilização de um dicionário para
definir de uma vez por todas o que é Filosofia:
“Filosofia, substantivo. O assunto deste
dicionário. Aqueles que a estudam discordam até hoje sobre como deveriam
definir seu campo.” — Geoffrey Vesey e Paul Foulkes em seu Dicionário de
Filosofia
Bom, e o que é a
Filosofia? É isso aí. Pronto! Já deve ter percebido que é uma tarefa bastante
difícil a sua definição. Entraríamos em um certo loop infinito para definir. Como assim? O próprio ato de tentar chegar a uma definição do que é filosofia já é um ato de filosofar, tornando então complicado definir em um conceito simples o que seja Filosofia. Pergunte a dez biólogos o que é a Biologia,
provavelmente todos darão respostas quase idênticas, algo como “a ciência que estuda os seres vivos”. Agora,
pergunte a dez Filósofos o que é a Filosofia, dois concordarão que é aquilo,
dois outros dirão ser algo que
deve vir a ser, três gritarão que todos estão corretos e ninguém está certo, e
outros três haverão de dar respostas tão longas e tão complexas que não haveria
espaço aqui para citá-las.
Bom, e o que estudam os Filósofos? Tudo! Everything! Através da razão, com uma visão universal e profunda, em busca da verdade. Diferente da Ciência, a Filosofia busca compreender "Por quê" das coisas, ou melhor, "O que" das coisas, e não o "Como". E além do mais, não visa uma resposta pronta e acabada, uma verdade final, uma verdade indiscutível, é sempre uma busca. Na Ciência, uma nova descoberta sobrepõe um conhecimento antigo, o mesmo não ocorre com a Filosofia, por isso, ao estudar a história da Filosofia, não podemos ter em mente que um conhecimento agora é válido e o antigo não, todos são debatidos, discutidos, visto em sua perspectiva histórica... Aproveitando este assunto, existe um teste feito para diferenciar um Físico de um Filósofo - 1. Pegue um lápis preto e solte ele a uma certa altura. 2. Pergunte a esta pessoa o que faz com o lápis caia. 3. Se a resposta dele for algo ligado a como a gravidade age sobre o objeto, este é o Físico. Se a resposta dele for algo do tipo "Porque você existe e soltou o lápis.. mas, qual o sentido de existir? Será que entre você ficar jogando lápis no chão e o outro governar o país fará alguma diferença se vamos todos morrer? Por que morremos?...", este, sem dúvida é o Filósofo. (Brinks)
Bom, e o que estudam os Filósofos? Tudo! Everything! Através da razão, com uma visão universal e profunda, em busca da verdade. Diferente da Ciência, a Filosofia busca compreender "Por quê" das coisas, ou melhor, "O que" das coisas, e não o "Como". E além do mais, não visa uma resposta pronta e acabada, uma verdade final, uma verdade indiscutível, é sempre uma busca. Na Ciência, uma nova descoberta sobrepõe um conhecimento antigo, o mesmo não ocorre com a Filosofia, por isso, ao estudar a história da Filosofia, não podemos ter em mente que um conhecimento agora é válido e o antigo não, todos são debatidos, discutidos, visto em sua perspectiva histórica... Aproveitando este assunto, existe um teste feito para diferenciar um Físico de um Filósofo - 1. Pegue um lápis preto e solte ele a uma certa altura. 2. Pergunte a esta pessoa o que faz com o lápis caia. 3. Se a resposta dele for algo ligado a como a gravidade age sobre o objeto, este é o Físico. Se a resposta dele for algo do tipo "Porque você existe e soltou o lápis.. mas, qual o sentido de existir? Será que entre você ficar jogando lápis no chão e o outro governar o país fará alguma diferença se vamos todos morrer? Por que morremos?...", este, sem dúvida é o Filósofo. (Brinks)
Explicando Etimologicamente[1],
para facilitar um pouco sua compreensão, a palavra “filosofia é uma junção de duas palavras gregas: philos + sophia. Os
gregos antigos usavam a palavra philos (ou philia) como sinônimo de ‘gostar de
algo’, ‘sentir atração por algo’, ‘nutrir amizade’ ou ‘amor por alguma coisa’.
Às vezes, philos também significava ‘sentir falta de’, ‘querer buscar algo’.
Sophia quer dizer o conhecimento, a sabedoria. Filosofar é amar, buscar a
sabedoria e o conhecimento.” (Dicionário
Etimológico - Etimologia e Origem das Palavras, Disponível em www.dicionarioetimologico.com.br/filosofia/), ou seja, Filosofia é algo como “amor a
sabedoria” ou “amigo da sabedoria”, o Filósofo é aquele que ama o conhecimento,
que é seu amigo, anda de mãos dadas pelas praças e vielas, sempre em busca de
aprender mais, como um homem sedento por água no deserto. Sábios? Não, não
somos sábios (nós filósofos, eu, e até você se quiser ser um “Ser cheio das
filosofias”). Pois, os sábios já possuem o conhecimento, eles possuem a
sabedoria, são, como o jovens falam, “os
Caras! os Topz! os The Bests”, os filósofos só estão sempre correndo atrás
da sabedoria, eles sabem que nada sabe
(Salve Sócrates!).
Pelo visto, é um trabalho de Hércules definir o que é realmente Filosofia,
mas, algo mais complicado ainda, (sim, podemos complicar e vamos!) é para quê
filosofia. Muitos se perguntam qual será utilidade? Para quê? Onde? Como? É de
graça? Bem, primeiramente, o mais importante, é de grátis! (Exceto se for um Sofista).
As outras questões serão respondida, ou melhor compreendidas, no decorrer desse caminho. E alguns momentos te ajudará a entender como viver na cidade, como viver, como ser feliz, aprender a esquecer, compreender o outro e a si próprio, entender a política, etc.
As outras questões serão respondida, ou melhor compreendidas, no decorrer desse caminho. E alguns momentos te ajudará a entender como viver na cidade, como viver, como ser feliz, aprender a esquecer, compreender o outro e a si próprio, entender a política, etc.
A filosofia é como andar de bicicleta, vamos aprender sobre ela pedalando, não há idade para começar essa aventura, haverá umas queda aqui acolá, alguns empurõeszinhos, mas vai depender de você querer, sem fórmulas, não existe uma manual, e no final, já estará se aventurando por aí, aproveitando o vento, sentido a liberdade, indo onde quer ir...
“A biologia nunca dirá a um biólogo como se
deve viver nem se se deve, nem mesmo se se deve fazer biologia. As ciências
humanas nunca dirão o que a humanidade vale, nem o que elas mesmas valem. Por
isso é necessário filosofar: porque é necessário refletir sobre o que sabemos,
sobre o que vivemos, sobre o que queremos, e porque nenhum saber basta para
empreender essa reflexão nem nos dispensa dela.” (Comte-Sponville.
André. 1952-. Apresentação da filosofia; tradução. Eduardo Brandão. - São Paulo
: Martins Fontes. 2002. p. 13)
[1] É a
parte da gramática que trata da história ou origem das palavras e da explicação
do significado de palavras através da análise dos elementos que as constituem.
(ETIMOLOGIA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation, 2015. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Etimologia&oldid=43112562>.
Acesso em: 3 set. 2015.)
Questões de Filosofia de vestibulares e concursos (comentada)
1. (CEFET) “A filosofia é menos difícil
do que se imagina. Se parece difícil, é por uma razão simples: ela é um gênero
à parte. Conhecê-la é aprender a ler 6 de um modo diferente. Ela tem pontos
comuns com a ciência e com a literatura, mas se distingue de ambas. Como a
ciência, ela procede com rigor e costuma ter, no horizonte, uma idéia de
verdade. Mas a ciência se atualiza sempre e descarta seu passado. A filosofia
não. Como a arte ou a literatura, ela preserva seu passado como um patrimônio
irrenunciável. (...) Nos últimos 20 anos, aumentou muito a demanda por
filosofia. Quem diria que, em 1968, quando “l definitiva noche se abría sobre
Latinoamérica”, a filosofia viria a ser sucesso de público? Nos colégios,
aposentava-se a escrita em favor das provas com cruzadinhas. A filosofia era
acusada de perigosa, pelas ditaduras, ou de inútil, pela tecnocracia. Mas isso
mudou. A edição de filosofia, está em franca expansão. Por isso, até eu, que
crítico a ênfase excessiva que os cursos de filosofia dão aos autores (em
detrimento das questões propriamente filosóficas), recomendo começar por eles.
Filosofar é caminhar por isso, é tão importante o caminhante solitário de
Jean-Jacques Rousseau (1712- 1778) (...). O maior erro de quem quiser conhecer
filosofia será acreditar que cada conceito tem um sentido exato, e um só. O
leitor verá que cada autor lhe dá um significado diferente? E esse significado
só cabe no pensamento desse autor. Assim, os dicionários de filosofia são
úteis, mas não demais. Nenhum deles substitui a freqüentação direta de uma
obra. (...) Não tenha medo jargão filosófico. Toda disciplina tem seu rigor
próprio, e na filosofia ele é decisivo. Mas penso que ela só adota jargão bem
técnico ao ser ministrada nas universidades – o que acontece no fim da Idade
Média, com a escolástica, e, modernamente, desde Emmanuel Kant (1724-1804). Ela
então se torna mais difícil ao leigo, mas retirando esses 500 anos mais
técnicos, restam pelo menos dois milênios de filosofia feita, em larga medida,
para um público não-acadêmico. Filósofo, diz a etimologia, é o amigo do saber
(do grego “filia”, “amizade”, e “Sofia”, “saber”). A filosofia começa, na
Grécia do século VI a.C., sob o signo da modéstia. O Oriente conhecia a figura
do sábio; ora, os gregos repudiavam a pretensão a serem sábios, isto é,
proprietários do saber. Eles eram apenas (apenas?) amigos do conhecimento. Não
queriam ser donos da verdade.” RIBEIRO, Renato Janine,
Folha de S. Paulo, 26 ago. 2003. Caderno Sinapse. (Adaptado)
Observe
as proposições abaixo, elaboradas a partir do texto:
I- As dificuldades para se estudar
filosofia devem-se à especificidade do gênero, às poucas obras de introdução e
ao jargão filosófico.
II- A filosofia apresenta pontos em comum
tanto com a literatura como com a ciência. Da primeira, guarda relação com o
passado; da segunda, a pretensão à verdade.
III- Apesar do descrédito com a filosofia
no final dos anos 60, por conta das ditaduras, seu prestígio continua alto e em
ascensão.
IV- O autor recomenda o estudo da
filosofia por temas e/ou questões filosóficas em detrimento do estudo dos
autores.
Estão
corretas somente as proposições:
A) I e II.
B) II e III.
C)
I e IV.
D) I e III.
E) II e IV.
Comentários - Essa questão é um tanto fácil. É só ler o texto (risos). Mas, vamos lá. A proposição " I ", está incorreta, o autor desmistifica essa ideia por todo o texto, e já começa com - Se parece difícil, é por uma razão simples: ela é um gênero à parte. - e olhe, existe muitas obras de introdução, existe jargões (um palavriado dominado por poucos) filosóficos? Sim, existe em toda área, jargão como "deu bug", na informática, por exemplo.
Proposição " II ", certíssima, um ctrl+c ctrl+v do texto (olha aí, "copiar e colar", mais um exemplo de uma jargão de alguma área e que você deve talvez conhecer).
Proposição " III ", exatamente o que está no texto. Ah, e esse é uma assunto bastante interessante, cito aqui um trabalho e recomendo a leitura - “Sem dúvida, a filosofia foi retirada por razões ideológicas e estratégicas inspiradas na segurança nacional [...] A disciplina era considerada perigosa, pois poderia desviar a juventude do pensamento oficial.” (PEGORARO, 1979, p. 15 in http://www.periodicos.udesc.br/index.php/linhas/article/viewFile/1225/1038)
Proposição " IV " errada. Veja o texto - "Por isso, até eu, que crítico a ênfase excessiva que os cursos de filosofia dão aos autores (em detrimento das questões propriamente filosóficas), recomendo começar por eles"
Por fim, II e III estão corretas.
Até, mortais.
Comentários - Essa questão é um tanto fácil. É só ler o texto (risos). Mas, vamos lá. A proposição " I ", está incorreta, o autor desmistifica essa ideia por todo o texto, e já começa com - Se parece difícil, é por uma razão simples: ela é um gênero à parte. - e olhe, existe muitas obras de introdução, existe jargões (um palavriado dominado por poucos) filosóficos? Sim, existe em toda área, jargão como "deu bug", na informática, por exemplo.
Proposição " II ", certíssima, um ctrl+c ctrl+v do texto (olha aí, "copiar e colar", mais um exemplo de uma jargão de alguma área e que você deve talvez conhecer).
Proposição " III ", exatamente o que está no texto. Ah, e esse é uma assunto bastante interessante, cito aqui um trabalho e recomendo a leitura - “Sem dúvida, a filosofia foi retirada por razões ideológicas e estratégicas inspiradas na segurança nacional [...] A disciplina era considerada perigosa, pois poderia desviar a juventude do pensamento oficial.” (PEGORARO, 1979, p. 15 in http://www.periodicos.udesc.br/index.php/linhas/article/viewFile/1225/1038)
Proposição " IV " errada. Veja o texto - "Por isso, até eu, que crítico a ênfase excessiva que os cursos de filosofia dão aos autores (em detrimento das questões propriamente filosóficas), recomendo começar por eles"
Por fim, II e III estão corretas.
Até, mortais.
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